domingo, 31 de janeiro de 2010

A sanidade e suas loucuras

Há livros que não entendo. Leio, releio... e não entendo. É uma ótima lição não entender. Ajuda-me a entender que não posso entender tudo. Penso que isso é um começo de sabedoria.

Estou lendo e não estou entendendo o livro Louco para ser normal, de Adam Phillips (publicado pela Zahar em 2008). Comprei o livro por causa do título. E porque li, faz um bom tempo, outro livro deste autor: Monogamia (Cia. das Letras, 1997).

O título em inglês de Louco para ser normal é Going Sane. A ideia é que precisamos ser sãos, mentalmente sãos. Mas isso não é tão simples. "O são acredita que o medo é um grande educador, mas um mestre ruim; e que todo sofrimento é mau, mas que algum sofrimento é inevitável" (pág. 154).

Não sou suficientemente louco para ser normal? Ou sou tão normal que mal entendo o que é ser normal, com tudo o que há de loucura nisso? Só saberá fazer o elogio da sanidade aquele que fizer o elogio da loucura?

3 comentários:

  1. O são é aquele que sabe que sua sanidade caminha numa corda bamba e que ela só existe por causa da sociedade que julga o que é certo ou errado. A sanidade é uma doce ilusão para enfrentar o caos que é a vida dita normal.

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  2. Gabriel:
    De fato, o livro que apresenta desafios é muito mais sedutor. Não gosto de interromper a leitura e procuro sempre, mesmo que com esforço, chegar ao final; no entanto, há tanta previsibilidade em tanto texto publicado por aí, não é? Talvez falte um pouco de loucura para apreciar, talvez um pouco mais de sanidade...

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  3. Só com certa dose de loucura dá prá encarar o hoje e ousar. Belo texto, mestre. Você sempre nos faz pensar. Vou mudar o teu end. no meu blogue

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