terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Autoajuda que ajuda de fato

Há livros de autoajuda que mais ajudam o autor do que o leitor. Mas há também uma autoajuda altruísta, capaz de deflagrar, desencadear, "destampar" em nós possibilidades novas.

O livro A guerra da arte: supere os bloqueios e vença suas batalhas interiores de criatividade (Ediouro, 2005), de Steven Pressfield (1943-), nos ajuda de um modo verdadeiro, isto é, desiludindo.

A autoajuda que atrapalha cria ilusões, nos convence de que somos mais do que pensamos ser. A autoajuda que ajuda nos mostra a realidade, os fracassos reais, as limitações reais, o que somos, ainda que não gostemos de ser!

A autoajuda verdadeira tem medo das fórmulas mágicas, do apoio salvador, das vitórias bombásticas, das ideias brilhantes, dos truques, das espertezas. A arte de viver requer profissionalismo, no sentido de que precisamos nos distanciar um pouco desse "eu" nosso, para aprendermos a viver com todo o realismo possível, trabalhando para valer.

Trecho do livro que gosto de reler, e que me ajuda de fato, quando me sinto desanimado: "Eu realmente acredito que meu trabalho é essencial para a sobrevivência do planeta? Claro que não. Mas é tão importante para mim quanto pegar aquele rato o é para o abutre que vejo voando em círculos pela minha janela. Ele está faminto. Precisa de uma presa. Eu também. Termino meus afazeres domésticos. Já é hora. Faço minha oração e parto para a caçada." (pp. 81-82)

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