quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Aquelas pílulas de otimismo

Quando comecei este blog, lembrei-me de um livro, Pílulas de otimismo, que havia em casa na década de 70. O autor era padre dominicano do Canadá, Marcel-Marie Desmarais (1908-1994), hoje esquecido, mas com um público considerável entre os católicos de então. E de modo particular no Brasil, onde esteve nos anos 40. Aprendeu a falar o português inclusive.

Numa época em que não havia leituras de autoajuda explícita, a editora Vozes se interessou pela proposta. Foi um sucesso. Em lugar de tranquilizantes, pílulas em forma de texto.

Tenho comigo a 9ª edição (1978) do segundo frasco, ou volume, brincadeira que o tradutor, D. Marcos Barbosa, faz no prefácio. Talvez hoje essas pílulas não tenham muita eficácia. Estamos mais céticos, menos inocentes.

Na página 71, encontro recomendações enérgicas do padre Desmarais para combater o pessimismo, o desânimo, a depressão:

"1. Absorva-se em seu trabalho, principalmente se é delicado e difícil. Estará desviando boa dose de atenção da ruminação das más lembranças.

"2. Em casos extremos, se estiver a seu alcance, mude de emprego, de ambiente, de paisagem. Sim, mude até de cidade. Você enfraquecerá, ou até mesmo destruirá, as associações de imagens que o afligem.

"3. Leia bastante, multiplique excursões e passeios, visite os amigos mais otimistas."

Padre Desmarais tentava desamarrar, desanuviar os corações e mentes dos seus contemporâneos. Entregava-lhes suas pílulas e antídotos.

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