Há várias categorias de cegueira. A dos olhos é apenas uma das mil e tantas que podem afligir o ser humano. As piores são as não percebidas por seus portadores. O pior cego é o que não quer ouvir. Ou o pior cego é o que afirma enxergar melhor do que todos.
Abrir as páginas de um livro pode ajudar a abrir os olhos da mente, ou da memória, ou do coração, ou da imaginação, ou do estômago...
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) associava (quem me conta é Michel Onfray, em seu O ventre dos filósofos, publicado pela Rocco em 1990) a alimentação ao comportamento. Dizia que comer muitas verduras torna os homens efeminados e que os grandes comedores de carne são grosseiros. Uma teoria insana. Em compensação, devemos a Rousseau o elogio ao leite materno, alimento natural por excelência.
Nós somos aquilo que comemos tal como somos aquilo que lemos?
Acredito, caro Gabriel Perissé, que nós somos sensibilizados pela boa leitura. A boa comida também nos identifica, pela comunhão partilhada a mesa. Quanto a indagação, acredito que não somos total expressão do que comemos ou lemos. Seria um reducionismo, mas ao mesmo tempo, é uma ótima indagação. até a próxima,
ResponderExcluirótimos textos,
Pelo menos a leitura esmiúça nosso pensamento e direciona o olhar.
ResponderExcluirGrande abraço.