terça-feira, 25 de maio de 2010

Terapia de choque

Ferréz (1975 - ) é terapia ferrada. Autor que não gosta de usar anestesia. Cronista de um tempo ruim (Selo do Povo, 2009) promove terapia de choque.

A crônica "Matemática de favela" começa assim:

"Eu fui fazer um pacto com o diabo, mas ele disse pra entrar na fila, número 432 era minha senha."

Outra, "Vida jovem em promoção", em que leio:

"Um dia a gente vai entender por que o nosso ensino é atrás de tantas grades, por que é mais barato sermos treinados segurando uma pistola e matando outro periférico do que estudando algo útil."

Ferréz nos diz que estamos ferrados. E eu penso que, mesmo os que se consideram a salvo, fora da periferia, fora da região ferrada, ferrados igualmente estão. Talvez até mais.

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