Reencontrei hoje cedo o poema "Tarefa", de Geir Campos (1924-1999) . Foi terapia. É terapia. Porque me sinto humanizado. Porque a terapia não é egoísmo. Porque o egoísmo endoidece. Porque o nada endoidece. Porque o fruto amargo não é amargo à toa. Porque viver o esquema falso é nosso dia a dia, mas para não endoidecer de vez eu preciso saber que é um esquema falso. E avisar. E aqui está o poema, para quem quiser saborear:
Morder o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
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