terça-feira, 18 de maio de 2010

Baudrillard terapeuta

É terapia não entender direito. Quanto entendemos tudo... péssimo sinal! Não entender significa que estamos a caminho, que ainda vamos entender. Ou não. Que no mundo há mais beleza, inteligência e mistério do que podemos reunir em nossas mãos.

Não entender um autor é bom. Jean Baudrillard (1929-2007) incomoda, ultrapassa modas, corda que enforca e me puxa do buraco. Na Idade Média, o mundo se equilibrava entre Deus e o demônio. Na Idade Mídia, entre o excesso e a falta, o consumo e a denúncia, entre o medo e a anestesia.

Baudrillard, um novo Nietzsche. O pensador alemão foi dinamite no fim do século XIX. Sua força arrasou quarteirões. Baudrillard, dinamite no fim do século XX. Vamos ver os estragos que ainda fará. Os bons estragos.

São dele essas palavras: "O crime perfeito, o único, é o suicídio. Porque é o único e sem apelação, ao passo que o assassinato deve se repetir sempre. Porque realiza a confusão ideal do carrasco e da vítima."

Quem tiver ouvidos para entender... não entenda!

2 comentários:

  1. Professor,
    que saudade dos nossos encontros na Escola de Escritores. Qu grupo bom...
    Adorei o que escreveu acima. Essa falsa impressão de que saber tudo é ótimo.
    Convido-o para o Lançamento de ALI LONGE NO MAR. Dia 17/07/2010 em Itabuna-Bahia, Centro de Cultura Adonias Filho. Dá uma olhadinha no site da Scortecci. E manda um e-mail pra mim vai. Não consigo falar com vc. Tosos voltam.
    Antônio Draetta que me dá notícias suas, além de minhas investigações terapêuticas.
    Adoro seu trabalho!
    Solineide Maria

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  2. Já nem quero entender tudo...perguntar é o que mais importa. Belo post, mestre!

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