segunda-feira, 31 de maio de 2010

Claramente confuso

Boa parte da terapia literária consiste em nos fazer pensar com clareza. Mesmo a confusão, claramente vista, passa a ser uma forma de se "desconfundir". Mesmo o pensamento confundente (como o das crianças) torna-se sinal e fonte de lucidez, se claramente confundente.

Por exemplo, quando perguntaram à minha filha: "Qual o seu nome?". E ela respondeu: "Meu nome é Lígia.com.br". Ela confundiu realidades. O virtual e o real. O nome e o endereço virtual.

Os escritores confundem ciência e ficção. O livro A máquina do tempo, de H. G. Wells, confunde imaginação e realidade, passado e futuro, possibilidade e impossibilidade.

Mas que sejam fusões e confusões esclarecedoras. Somos seres cheios de conflitos, dúvidas, ou, pior, cheios de vazio. Mas constatar tudo isso, ler sobre isso, e lidar com isso... nos faz sobrevoar, entrar na máquina da visão, atravessar os tempos, tomar decisões.

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