Terapia sine die.
Terapia noite e dia.
Terapia nunca termina.
Terapia não tem cópia.
Terapia com utopia.
Terapia literária.
Esta é a última postagem de uma experiência de oito meses blogando sobre livros, autores, descobertas biblioterápicas. O conteúdo ficará disponível aqui, mas também no meu site.
Abraços a todos e, sempre, muitas leituras!
sábado, 31 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Paradoxos terapêuticos

O paradoxo quebra nossos paradogmas. O paradoxo é uma verdade que entra em nossa mente por uma janela diferente. O paradoxo não nos deixa parados. Por isso é terapêutico.

Estou citando livro recentemente publicado pela Mundo Cristão, em cuja capa aparece o oito do infinito: O homem eterno. Tradução muito boa, aliás, garantindo a fluidez do estilo chestertoniano.
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domingo, 25 de julho de 2010
Dia do Escritor
25 de julho foi definido como Dia Nacional do Escritor por decreto governamental, em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.
Passei o Dia do Escritor... escrevendo! Nada mais apropriado e terapêutico. Atualizei blog etimológico, revisei, traduzi, e li também, textos próprios e alheios. Os próprios, como se fossem alheios. E os alheios... como se fossem próprios.
Passei o Dia do Escritor... escrevendo! Nada mais apropriado e terapêutico. Atualizei blog etimológico, revisei, traduzi, e li também, textos próprios e alheios. Os próprios, como se fossem alheios. E os alheios... como se fossem próprios.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Os normalpatas...

Corrida selvagem, de J. G. Ballard (José Olympio Editora, 2009), relata um caso desses, em que os filhos normais, felizes (artificialmente felizes), bons cidadãos, bons leitores, bons esportistas, bons alunos... terminam por se tornar o contrário do que seus pais, tão amorosamente controladores, esperavam.
Tão... tão perfeitos, tão vigiados, tão acompanhados, tão encorajados, vítimas da compreensão e da tolerância!
Alerta! Uma idealização educacional pode sufocar a autoexpressão. Na história, um livro de Piaget aparece mutilado.
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quinta-feira, 22 de julho de 2010
Marteladas filosóficas

Em situações de ausência (sem Deus, sem trabalho, sem alma, sem corpo, sem esperança, sem sexo, sem dinheiro, sem poder...), o que pensa quem continua a pensar?
Pois este pensar é terapêutico. E ficar lendo-pensando, em solidão, sem nada. Aquela velha pergunta, lembram-se? Que livro gostaria de ter em mãos se você se visse, de repente, numa ilha deserta? Diferentes náufragos deram diferentes respostas:
- Chesterton falou em um manual que ensinasse a construir botes.
- Roland Barthes lembrou-se de Robinson Crusoé... talvez para não repetir as ações do protagonista.
- Umberto Eco disse que levaria a lista telefônica, para inventar milhões de histórias com todos aqueles nomes.
Eu estou pensando em levar este livro, A ilha deserta, de Deleuze...

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segunda-feira, 19 de julho de 2010
Problemas monstruosos... ou apetitosos!

— You know what I say, if you've got a problem? Eat it!
Mais terapêutico impossível. Se você tem um problema, coma-o! Contar histórias conduz Max, o menino protagonista, ao conhecimento dos conflitos humanos: ciúmes, solidão, amor, medos, raiva, tudo junto. Coma-os!
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sexta-feira, 16 de julho de 2010
Ler o nosso pai...
Minha esposa, Ana Lasevicius, dirigiu, participou e editou esta notícia terapêutica. Apreciem!
O livro em questão é de Humberto Werneck (1945 - ), jornalista e escritor mineiro.
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O livro em questão é de Humberto Werneck (1945 - ), jornalista e escritor mineiro.
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Terapia econômica
"A literatura é uma terapia muito econômica, sobretudo se considerarmos a possibilidade de utilizar nossas bibliotecas. Além do mais, como existem milhares de livros, nós não somos obrigados a tomar nenhum remédio até o fim. Se acontecer a síndrome da página 3 ou 21, uma sonolência repentina, uma dificuldade de concentrar a atenção, basta deixar este livro de lado e buscar outro. Não há por que fazer do prazer um sacríficio."
Angela-Lago (1945 - ), escritora e ilustradora.
Angela-Lago (1945 - ), escritora e ilustradora.
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
Pensamento terapêutico do dia
"A leitura faz bem à saúde."
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quarta-feira, 7 de julho de 2010
Descobrir um autor
Descobrir, retirar o que encobre, levantar a pedra e encontrar o formigueiro, entrar num sebo e escavar, abrir um livro, ou descobrir um autor entre milhares... tudo isso é animador, faz pensar, é terapêutico.


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sábado, 3 de julho de 2010
Ir fundo!
Terapia leva à ação. O otimismo não se faz apenas com palavras, mas também com ações eloquentes. A linguagem dos fatos. Os gestos que se tornem fatos, e fatos que afetem. O afeto precisa de palavras. E de atos concretos.
É preciso ir fundo. Gary Vaynerchuk é quem diz, em seu livro — Vai fundo! (Agir, 2010). Acreditei no autor quando ele deixou bem claro que na vida de um empreendedor da Idade Mídia a família vem em primeiro lugar. Depois vem a batalha profissional. E essa batalha, realista e entusiasmada, deve basear-se no autoconhecimento e na busca do melhor. Gostei. O autor manda uma mensagem para o Brasil.

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quinta-feira, 1 de julho de 2010
O impossível fogo para os livros
Amar os livros é uma terapia. (Qualquer amor verdadeiro é uma verdadeira terapia...) Mas o amor aos livros é especialmente terapêutico por ser um amor a tudo quanto é livro, um amor geral, infinito, generoso.


E este amor que não consegue destruir nem mesmo os livros inúteis... é um belo amor, um amor terapêutico. Queimar os livros é uma forma de queimar pessoas. Nenhuma pessoa deve ser destruída. Nenhum livro deve ser destruído...
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segunda-feira, 28 de junho de 2010
Terapia socrática
Mestre Sócrates inventou a terapia filosófica: pensar com rigor, dialogar com humor, perguntar, conhecer-se, ironizar, brincar com as palavras. Terapia em grupo, em clima de banquete (simpósio), abordando todos os temas: a linguagem, a justiça, a coragem, a política, o amor etc.
Novos diálogos socráticos sobre temas contemporâneos foram criados pelo professor Peter Kreeft, que conheci ao ler um livro seu, O diálogo, no qual C. S. Lewis, John Kennedy e Aldous Huxley, que morreram no mesmo dia 22 de novembro de 1963, conversam sobre a vida e a morte.
O autor inventou agora novas conversas. Sócrates conversando com Sartre, Marx, Maquiavel, Kant, Descartes... Captou muito bem o estilo socrático. Estou traduzindo a conversa do pai da filosofia ocidental com o fundador do comunismo.
Novos diálogos socráticos sobre temas contemporâneos foram criados pelo professor Peter Kreeft, que conheci ao ler um livro seu, O diálogo, no qual C. S. Lewis, John Kennedy e Aldous Huxley, que morreram no mesmo dia 22 de novembro de 1963, conversam sobre a vida e a morte.
O autor inventou agora novas conversas. Sócrates conversando com Sartre, Marx, Maquiavel, Kant, Descartes... Captou muito bem o estilo socrático. Estou traduzindo a conversa do pai da filosofia ocidental com o fundador do comunismo.
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
7 princípios
Esta reflexão sobre terapia literária me ajudou a definir 7 princípios, quanto ao modo de aproximar-me de livros e autores:
1º) Não idolatrar nenhuma escola literária, nenhuma linha de pensamento, nenhuma doutrina, nenhuma obra-prima, nem o mais genial dos escritores.
2º) Não desprezar nenhum autor, nenhuma linha de pensamento, nenhuma doutrina, nenhuma obra, por pior que pareça.
Estes dois "nãos" me protegem (assim espero) dos fanatismos e preconceitos.
Os 5 princípios restantes são positivos:
3º) Descobrir escolas literárias, estilos, linhas de pensamento, doutrinas, obras-primas e obras ruins, escritores que pareçam geniais ou não, descobrir, descobrir.
4º) Selecionar ideias, imagens, argumentos, metáforas, conceitos, passagens, momentos, intuições de tudo aquilo que eu ler.
5º) Verificar em que medida as ideias, imagens, argumentos etc. que eu li são carregadas de beleza, inteligência, sensibilidade, força, boa-fé.
6º) Articular as ideais, imagens, argumentos, metáforas etc. entre si.
7º) Incorporar novas ideais, imagens, argumentos, metáforas, conceitos etc. ao meu SPC (Sistema Pessoal de Convicções).
1º) Não idolatrar nenhuma escola literária, nenhuma linha de pensamento, nenhuma doutrina, nenhuma obra-prima, nem o mais genial dos escritores.
2º) Não desprezar nenhum autor, nenhuma linha de pensamento, nenhuma doutrina, nenhuma obra, por pior que pareça.
Estes dois "nãos" me protegem (assim espero) dos fanatismos e preconceitos.
Os 5 princípios restantes são positivos:
3º) Descobrir escolas literárias, estilos, linhas de pensamento, doutrinas, obras-primas e obras ruins, escritores que pareçam geniais ou não, descobrir, descobrir.
4º) Selecionar ideias, imagens, argumentos, metáforas, conceitos, passagens, momentos, intuições de tudo aquilo que eu ler.
5º) Verificar em que medida as ideias, imagens, argumentos etc. que eu li são carregadas de beleza, inteligência, sensibilidade, força, boa-fé.
6º) Articular as ideais, imagens, argumentos, metáforas etc. entre si.
7º) Incorporar novas ideais, imagens, argumentos, metáforas, conceitos etc. ao meu SPC (Sistema Pessoal de Convicções).
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segunda-feira, 21 de junho de 2010
O perigo da única história
Terapia se faz quando ouvimos várias e variadas histórias. Ter uma única história sobre alguém, sobre um país, sobre uma realidade... é caminho seguro para a doença do fanatismo, para a epidemia do preconceito, para a visão distorcida e limitada.
A escritora nigeriana Chimamanda Adichie faz considerações sobre esse perigo. E fala do antídoto!
(Se precisar de legenda, selecione o idioma na base do vídeo.)
A escritora nigeriana Chimamanda Adichie faz considerações sobre esse perigo. E fala do antídoto!
(Se precisar de legenda, selecione o idioma na base do vídeo.)
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sexta-feira, 18 de junho de 2010
Onfray, escrita e terapia
Ler autores que sentem raiva. A raiva alimenta a escrita. A raiva e seus raios. A raiz da raiva afunda e retira da alma o sumo, a soma. Michel Onfray (1959 - ) sente raiva, escreve com raiva, pensa com raiva. Raiva viva, seiva.
"Sereno, sem ódio, ignorando o desprezo, longe de todo desejo de vingança, ileso de qualquer rancor, informado sobre a formidável potência das paixões tristes, não quero nada mais que a cultura e a expansão dessa 'potência de existir' — segundo a feliz fórmula de Espinosa encastoada como um diamante na sua Ética. Somente a arte codificada dessa 'potência de existir' cura das dores passadas, presentes e por vir." (A potência de existir, pela WMF Martins Fontes, 2010, pág. XL)

Depois da raiva é possível falar em serenidade. Depois de externar sua raiva contra coisas e pessoas, contra religião e sociedade, Onfray escreve:
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terça-feira, 15 de junho de 2010
Impurezas saudáveis
A sabedoria está em lavar as mãos em água suja, segurar serpentes e não ser picado por elas, expulsar os demônios da depressão, entender novas linguagens, beber venenos e sair fortalecido, experimentar as doenças e não adoecer.

O contato com as impurezas que há nos livros amplia nossa consciência, nos torna menos vulneráveis, mais humanos e mais realistas. Percebo esse princípio nas linhas e entrelinhas de Não contem com o fim do livro (Editora Record, 2010), diálogo genial entre Umberto Eco e Jean-Claude Carrière.
"Existe agora um vinho que apresenta essa qualidade de ser 'não filtrado'. Preserva todas as suas impurezas, que às vezes contribuem com sabores muito particulares que a filtragem, na sequência, lhe subtrai. Talvez tenhamos saboreado na escola uma literatura demasiadamente filtrada e, por esse motivo, carente de sabores impuros." (pág. 94)
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quinta-feira, 10 de junho de 2010
O livro perdido

É terapêutico perder um livro dentro da própria casa? Procurá-lo é terapêutico. Imaginá-lo de novo em nossas mãos. Sonhar com seu retorno. Inútil busca. Causa perdida. Mas tão necessária busca.
O livro perdido me faz achar outras coisas. Sua ausência está gritando. Estou mobilizado na saudade funda. Sem sabedoria e sem esperança, faço deste livro meu filho pródigo. E quantas festas eu farei quando ele aparecer outra vez!
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quinta-feira, 3 de junho de 2010
Futurar
Ver o futuro é um desses impossíveis necessários da vida. Mas tentar não faz mal. Faz bem, até. Futurar... Podemos praticar, como já se fez outrora.
Tenho em mãos o Perfil do futuro, de Arthur Clarke. Em inícios dos anos 1960, o autor de 2001: uma Odisseia no espaço, viu o celular com clareza:

"Chegará o tempo em que chamaremos uma pessoa em qualquer lugar da Terra simplesmente discando um número. A pessoa será localizada automaticamente, quer esteja em pleno oceano, no coração de uma grande cidade ou atravessando o Saara. Este dispositivo sozinho pode mudar as formas da sociedade e do comércio tanto quanto já fez o telefone, seu primitivo antepassado."
Outro escritor. Antes disso. Em 1909, E. M. Forster retrata o que aconteceria um século depois no seu conto The machine stops. Ou seja, agora. Pessoas vivendo isoladas em pequenas células (refere-se a um small room), podendo comunicar-se com qualquer pessoa no mundo por meio de um pneumatic post... e vendo o rosto do outro numa blue plate, uma placa azul...
Exercícios dessa natureza nos levam longe demais. E isso é outra forma de terapia literária. Transcender o presente. Prever o imprevisível.
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quarta-feira, 2 de junho de 2010
Doar é viver
viver
é um exercício
constante
de doação
mesmo
aquelas pessoas
que nos parecem
não doar nada
al
go
dão
Chama-se "do ar" este poema. É de Múcio Góes, pernambucano, que descobri ontem, conversando com meu amigo Prof. Romão. Algo as pessoas dão. Doar é viver. É terapia pura.
é um exercício
constante
de doação
mesmo
aquelas pessoas
que nos parecem
não doar nada
al
go
dão
Chama-se "do ar" este poema. É de Múcio Góes, pernambucano, que descobri ontem, conversando com meu amigo Prof. Romão. Algo as pessoas dão. Doar é viver. É terapia pura.
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