quinta-feira, 3 de junho de 2010

Futurar

Ver o futuro é um desses impossíveis necessários da vida. Mas tentar não faz mal. Faz bem, até. Futurar... Podemos praticar, como já se fez outrora.

Tenho em mãos o Perfil do futuro, de Arthur Clarke. Em inícios dos anos 1960, o autor de 2001: uma Odisseia no espaço, viu o celular com clareza:

"Chegará o tempo em que chamaremos uma pessoa em qualquer lugar da Terra simplesmente discando um número. A pessoa será localizada automaticamente, quer esteja em pleno oceano, no coração de uma grande cidade ou atravessando o Saara. Este dispositivo sozinho pode mudar as formas da sociedade e do comércio tanto quanto já fez o telefone, seu primitivo antepassado."

Outro escritor. Antes disso. Em 1909, E. M. Forster retrata o que aconteceria um século depois no seu conto The machine stops. Ou seja, agora. Pessoas vivendo isoladas em pequenas células (refere-se a um small room), podendo comunicar-se com qualquer pessoa no mundo por meio de um pneumatic post... e vendo o rosto do outro numa blue plate, uma placa azul...



Exercícios dessa natureza nos levam longe demais. E isso é outra forma de terapia literária. Transcender o presente. Prever o imprevisível.

2 comentários:

  1. Que bela terapia foi/é encontrar seus pequenos grandes textos, nesta manhã em que escuto a chuva tocar piano nos telhados da minha casa! Algo de realmente bom na net! Obrigada =não pela parte, mas pelo todo que me toca.
    Um abraço.

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  2. Em tempo: em Natal, em 1909, Manuel Dantas publicou uma 'plaquete', prevendo o advento da televisão e do celular: "Natal daqui a 50 anos".

    Abraços.

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