Ler autores que sentem raiva. A raiva alimenta a escrita. A raiva e seus raios. A raiz da raiva afunda e retira da alma o sumo, a soma. Michel Onfray (1959 - ) sente raiva, escreve com raiva, pensa com raiva. Raiva viva, seiva.
Depois da raiva é possível falar em serenidade. Depois de externar sua raiva contra coisas e pessoas, contra religião e sociedade, Onfray escreve:
"Sereno, sem ódio, ignorando o desprezo, longe de todo desejo de vingança, ileso de qualquer rancor, informado sobre a formidável potência das paixões tristes, não quero nada mais que a cultura e a expansão dessa 'potência de existir' — segundo a feliz fórmula de Espinosa encastoada como um diamante na sua Ética. Somente a arte codificada dessa 'potência de existir' cura das dores passadas, presentes e por vir." (A potência de existir, pela WMF Martins Fontes, 2010, pág. XL)
Percebo também Nietzsche por entre essas palavras. Vontade, potência... E ele filosofou com raiva, como diz Osho. Certo: basta lembrar o martelo...
ResponderExcluirMuito oportuno.
Saudações.