
Uma leitura que me proteja do fanático que está dentro de mim, pronto para fazer estragos. O fanático tem dificuldade para aceitar o que lhe soa diferente. Não sabe conviver com o contrário. E, simultaneamente, perdendo todo o senso crítico que parecia possuir, tende a cultuar alguma personalidade a seu ver mais bela e mais forte, a canonizar um pensador, um escritor, um artista, um líder religioso.
Eu sou fanático. Reconhecer que sou fanático é a única chance de eu não cair no mais insano dos fanatismos. Vejo em personagens enlouquecidos o fanático que existe em mim. O tresloucado que transita dentro de mim. O obsessivo que habita em mim. O demente que dorme em mim.
Dois livros de Lourenço Mutarelli (1964-) me ajudaram, em leitura recente, a reconhecer a minha insanidade e, constatando-a nas histórias, na ação dos personagens, descobrir que sou potencialmente louco... como qualquer ser humano normal!
O natimorto, e Miguel e os demônios. Ambos pela Companhia das Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário